Estou vivendo sem dúvida um momento mágico.

É a volta da possibilidade de realização de um sonho há tanto tempo acalentado.

E que sonho!

Era final de 2013 e estávamos em um evento. O João Paulo veio conversar comigo propondo que juntos pensássemos em um jornal de auditoria em saúde que publicasse artigos e casos do dia a dia da auditoria e regulação, para ser um auxiliar para as atividades dos auditores. Seriam artigos nacionais escritos pelos nossos pares trazendo atualizações necessárias ao desempenho da função e que ao mesmo tempo fosse ético, profissional e isento.

Esse sonho aos poucos tomou forma e publicamos em 2014 a primeira edição do JBAS. Foi uma publicação no modelo virtual, não usual para aqueles tempos pré pandêmicos e tínhamos, também, um aplicativo na plataforma IOS. Demos continuidade ao sonho e vieram novas edições até que o tempo nos pregou algumas peças e não pudemos continuar com o nosso intento. Porém o desejo de retomar sempre permeou nossas conversas. Eu e o João Paulo nos perguntávamos sempre quando voltaríamos. Será que um dia voltaríamos?

Mantivemos o domínio e o nome. Afinal o sonho se mantinha vivo e firme. Até que o momento de retomada nos pareceu oportuno. Tivemos o relançamento da SBAM (Sociedade Brasileira de Auditoria Médica) onde sou a vice-presidente eleita e a necessidade cada vez mais premente de atualização em Auditoria em Saúde em um local de fácil acesso e também a possibilidade da utilização das ferramentas remotas para comunicação em aulas, treinamentos e webinários.

Em um período pandêmico de tantas dificuldades e limitações, mas ao mesmo tempo de tantas inovações, resolvemos relançar o JBAS. Um novo desafio!

Programamos um evento virtual e convidamos nomes expressivos do cenário da Saúde para falarmos sobre um assunto importante para a sustentabilidade do sistema de saúde que é o PL 6330/19.

Estavam conosco, Marcos Santos, Otávio Clark, Leandro Brust além de mim e do João Paulo. Colocamos em sala quase cem pessoas e discorremos sobre o tema. Novos tempos mesmo, porque a vontade era de um evento presencial para que pudéssemos confraternizar e matar as saudades, mas a pandemia não nos permite esses arroubos.

Para os tempos atuais foi um sucesso. Nossos amigos e auditores em saúde nos prestigiaram e aguardam nossa quinta edição, a primeira de uma nova era, e ela já está aqui, pronta para sair do forno.

Relendo os temas escolhidos e as publicações anteriores fica muito claro o ineditismo da nossa iniciativa. No site vocês poderão ter acesso as edições anteriores. Discutimos temas caros aos auditores em saúde de uma forma clara, leve e profissional. Os temas tão atuais para aqueles momentos em anos anteriores mostram-se tão atuais hoje que ouso dizer que já estávamos na vanguarda naquele tempo.

Mantendo nossa tradição em trazer assuntos atuais estamos publicando dois artigos muito robustos e práticos: “O impacto da pandemia pela COVID-19 na utilização dos recursos assistenciais” e “Impactos da pandemia pela COVID-19 na Oncologia”, ambos aceitos para publicação na ISPOR.

Nada mais atual e oportuno do que se conhecer os números assistenciais. A pandemia do COVID-19 alterou vários aspectos da prestação de serviços em saúde, encarecendo alguns setores e mudando hábitos do cuidado à saúde por parte dos beneficiários que tiveram medo de retomar tratamentos e fazer consultas em meio ao período pandêmico.

Nessa mesma linha estamos trazendo a necessidade de um olhar diferenciado sobre a Auditoria Médica, tão mal-entendida e criticada por muitos e até pelos nossos próprios pares que desconhecem o papel desempenhado pelo auditor. No texto: Auditoria Médica – A Necessidade de uma Abordagem Ética o presidente eleito da SBAM nos fala a respeito da refundação da sociedade e da busca em fazer da Auditoria Médica inicialmente uma área de atuação para depois reivindicar a especialidade médica. Levando em consideração que atuo nessa área há 30 anos, antes mesmo da lei 9656/98, esse é outro sonho que tenho também acalentado. Acho que sou mesmo uma sonhadora.

No texto: Ivermectina e a Auditoria Médica trazemos uma discussão muito oportuna acerca de metodologia científica, dados em saúde e confiabilidade da resposta apresentada. Ciência é método, como bem afirma o texto.

Trazemos duas pensatas sobre o PL 6330/2019 para que possamos analisar de forma racional, ética e economicamente viável o projeto vetado pela presidência da república, mas que pode ter o veto retirado pelo Congresso Nacional. Uma delas trás a visão das autogestões que tem em algumas de suas operadoras números superiores a 30 % da população de beneficiários acima de 59 anos.

É uma discussão dura, mas extremamente necessária se quisermos falar em sustentabilidade da saúde suplementar, que tem como financiadores primordiais as empresas contratantes/estipulantes e as pessoas físicas. Mas esse é um bom assunto a ser discutido na nossa próxima publicação.

Para fecharmos essa edição vamos abordar o tema Compliance. Nunca se falou tanto de governança, transparência e ética na condução dos processos assistenciais. Vale começarmos a conversar sobre isso com o olhar em OPME.

Contribuam submetendo seu material para publicação pelo e-mail: jbas@jbas.com.br.

Muito feliz em vê-los por aqui!

Boa leitura!